Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
O mundo que me impuseram eu não quero ser
Sou mais um louco sonhador com sede de viver e vou
Caminho entre o vale de um povo bem forte
Que vive do que planta e não conta com a sorte
Na mão do tal maldoso, perreco, charlatão
Falsa trincheira pra quebrada, prometeram ilusão
Falam merda eu me canso, pelos meus eu avanço
Porque amanhã é privilégio que não cabe a nóis
Batuque e roda cantou, então peço a bença pro vô
Minha mente já clareou, cultura sem igual
A cicatriz na tua alma mostra que tu é foda
Sangue e família faz a hora, dom de bom coração
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
Carrossel, girassol, sinto o Sol, miro o céu
E o infinito do outro lado cai nas linhas do papel
Me aprofundo nesse rio, frio, vejo o brilho e o brio
De quem pensou e sentiu, quem chorou e sorriu
Enxergou e teve medo do futuro
Inseguro, em cima da laje, sem teto e vendo o outro lado do muro
Sem seus adornos, flores, cores, contornos e trajes
Necessidades de mudar fez nascer a coragem
Uns falam e outros agem por aqui
Canalize e analise, se é bom deixo fluir
Sinto o onn que faz sorrir, me leva pra outros cantos da mente
Portais se abrem e algo fala pra eu seguir, prosseguir, prosseguir
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
O vagão vira senzala na segunda-feira
Injeção de depressão que faz a vida rasteira
No beco, o revoltado vira um novo vilão
Na carreira corriqueira a alma escorre no chão
Eu sei que não se importam, cresce um pouco eles cortam
Que se foda, eles abortam um quase sonhador
Opressor luxa no jato, semideus corre o céu
No carnaval estupra as mina e deixa os pivete ao léu
Entre a flor e a espada, a criança e a farda
Engatilha e faz piada, descarrega o tambor
Cicatriz que nunca fecha mostra o quanto isso é foda
Sem família o sangue é vala, é só mais um sofredor
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
É raro um mano que cola
E faz a vera pra ensinar o que não se aprende na escola
Eu observo e absorvo se eu acredito eu me movo
Eu nunca fui de esperar o meu progresso em alguém
A comoção de mão em mão tipo o milagre do pão
Santificaram esse arrombado que se diz bom cristão
Sem condição, malote, ou prumo, dom que amplia a visão
Transbordando um mar de merda onde só chove cuzão
Querem podar seu poder o quanto puder
Intoxicar a muda pra infectar o pé
Eu já ouvi de um velho monge
Que sozinho se chega mais rápido, mas o coletivo chega mais longe
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis
Mil fitas para me mostrar
Feridas que eu não fechei
Mas não me canso em tentar
Supero, eu sigo a voz somos reis